Educa-ação

(Homenagem a todos que acreditam na educação como forma de transformação)

Hey você Presta atenção Na cultura do povo E segura a pressão

O funk e o rap São periferia Assim como o blues e o jazz Ja foram um dia

Nao manjo de flow Sou do tipo escritor É que alguem me falou Que o ingrediente secreto da arte é o amor

Disseram pra mim na reformulação Que a mente e o corpo Assim como a expressão Iriam cair na na nossa gestão

Gritei e grito ainda que NÃO! É direito humano a educaçao Ocuparam as escolas Vieram de cassetete na mão

Um pouco de pimenta pra esquentar o refrao Pinho sol na mochila sou a revolução Professores grevistas, secundaristas reivindicação Taxado de petista, vagabundo e ladrão No meu inquérito tenho a convicção Que um dia ostentaremos de livros na mao.

Ainda

Era um dia daqueles cinzas

O café esfriava na caneca

Aonde foram os pássaros?

Se esconderam da chuva

Ainda escuto o canto

Soa distante e fraco

Mas soa.

Esperança é um caco

Cá pra nós, já vi menores

Mas como os passarinhos

Ela ainda está lá

E soa.

Café frio, caco de esperança

Martelo o ego

Desacato a(o) autor-idade

Pretensiosa neutralidade

Ainda vôo como os pássaros

Canto só

Mas sou.

Parlenda

Cade seu sexo que estava aqui?

Colado com o meu

Cade o tato?

Arranca o sapato

Cade nosso trato?

Me transborda amor

E cade o fogo?

Não há água que apague

Não há boi que beba

Nem parlenda que encaixe

Como o seu sexo no meu.

Introversão

Esparrame-se

jogue suas pernas pro ar

perca o ar por alguns segundos

Sinta a sensualidade que te rodeia

Transborde-a assim como o desejo que te preenche

Toque de recolher, retoque a maquiagem

Se toque e se toque de novo

As mão são objetos do seu prazer

Seu íntimo agradece o calor que exala de seu corpo

Assina em baixo do que te faz estremecer

Disparo de precisão, disparo de batimentos

Dispa sua roupa e alma

Percebe o entusiasmmo do sangue em suas veias?

O coração bombeia irrigando o seu sexo

Na velocidade do seu júbilo

E sua lascívia é poesia. 

Tardes

Vi beleza em uma tarde de tédio

Acordado com a roupa de dormir

Aquela camiseta velha que já usei pra sair

Fica agora no guarda-roupas

Uso a nova pra ficar

Ficar pra jamais ir

Ficar pra ver beleza em uma tarde de tédio

Tenho passado as tardes no sofá

Só-fa-ço coisas não produtivas

As vezes até sai uma poesia

E tem quem não vê beleza em uma tarde vazia

Se aconchegue comigo,

Sente-se em qualquer lugar

Esqueça os planos de bohemia

ou de ter que levantar logo

Sinta que a tarde tem poesia

Assim como nós

Poema de Guardanapo

Pó

Só

Soul 

(Sou?)

Posso?

Só posso

Pô, só?

Põe-se o sol

Sou o sol

Pouso só.

Corpos

Adoro o corpo

O toque, explosão de energia

Ex e inex - plicável

A - plicável nas sensações

Imensurável em equações

Mas pra quem tem tato

A pele arrepia

Numa insaciável degustação.

Cinzas

Entre um cigarro e outro

A vida passando

A cinza queimando, o tabaco vencendo

Vem sendo

Vida, amor e desamor

Desse amor guardado

Escondido, deitado

No desafeto com o ego

Desapego, me apego

Em infinitas contradições

De maldições e bençãos

Bem, são parte do meu ser

São seres do meu ego

E a vida queimando em brasas

Num cigarro que passa

E só sobram as cinzas