Às
dezenove horas,
E
já é sábado a noite,
Quero
algo intenso e sem demoras,
Pois
tenho preguiça das pessoas,
Enroladas
e aladas com falsas asas,
Fingem
que voam, fingem que sabem,
Mas
ao chegarem a suas casas,
São
só mais um embaraço de confusão,
E
suas asas não as tiram do chão.
Mas
quem liga pra isso?
Boto
um salto, um vestido,
Passo
a maquiagem que mascara minha tristeza,
Essa
noite eu não sou os meus problemas,
Com
sorriso e embalagem, eu sou um abismo de beleza,
Quase
como um deus,
Onipotente,
sem fraqueza,
Peço
uma cerveja, um cigarro dos seus,
Um
papo solto, um flerte,
E
as vinte e três eu sou sua,
Danço,
seduzo te deixo inerte,
Seu
sorriso se torna o meu entretenimento,
Seu
olhar a minha perdição,
Às
duas, o flerte transforma em sexo,
As
asas se despedaçam no meu colchão,
O
fingimento some junto ao suor,
Os
problemas foram enfim deixados de lado,
Porque
é assim que funciona uma noite de sábado.